Elaboração de concentrados de ácidos graxos insaturados obtidos a partir de óleos de Bijupirá (Rachycentron canadum) e Castanha (Umbrina canosai)

Autor: Luana Rodrigues Nobre (Currículo Lattes)

Resumo

Os óleos de pescado são ricos em ácidos graxos mono e poli-insaturados, sendo assim eles são utilizados como matéria prima para a preparação de concentrados de ácidos graxos insaturados. O bijupirá (Rachycentron canadum) é considerado um peixe pelágico, migratório, com ampla distribuição em águas tropicais e subtropicais, além de ser a única espécie integrante da família Rachycentridae. No Brasil, o bijupirá está presente em todo o litoral, mas é mais abundante em águas tropicais. A introdução desta espécie na piscicultura marinha do Brasil é um marco para o desenvolvimento da sua tecnologia de cultivo, devido a sua rápida taxa de crescimento e alta qualidade da carne. O bijupirá tem um alto valor nutricional e medicinal, devido à sua equilibrada composição de aminoácidos essenciais e sua riqueza em ácidos graxos insaturados. A castanha (Umbrina canosai) é uma das espécies demersais mais abundante e intensamente explorada da plataforma continental do sul do Brasil, desde o Rio de Janeiro até a província de Buenos Aires, na Argentina. Esta espécie é considerada um importante recurso pesqueiro explorado principalmente no sul do Brasil. Com o intuito de agregar valor aos resíduos de pescado gerados durante o processamento, o processo termomecânico de produção de farinha surge como uma alternativa adequada para evitar desperdícios e reduzir a contaminação ambiental, e o óleo gerado como subproduto pode ser utilizado para a obtenção de concentrados de ácidos graxos insaturados (AGIs). Desta maneira, este trabalho apresentou como objetivos extrair e refinar o óleo desses resíduos, e posteriormente realizar a hidrólise química e a complexação com ureia para produção de concentrados de AGIs. O óleo de pescado obtido apresentou rendimento de extração em torno de 85%. Os óleos brutos obtidos apresentaram diferenças significativas (P< 0,05) em relação aos ácidos graxos livres, índice de peróxido, valor de ácido tiobarbitúrico, cor e peso específico para o óleo bruto, e em relação aos ácidos graxos livres, índice de refração e peso específico para os óleos branqueados. Os ácidos graxos encontrados em maiores quantidades nos óleos brutos e branqueados de bijupirá e castanha foram o palmítico, oléico e linoléico, sendo que uma maior porcentagem de ácidos graxos insaturados está presente no óleo extraído de vísceras, portanto estes foram utilizados para a obtenção dos concentrados de ácidos graxos mono e poli-insaturados. A complexação com ureia a partir dos óleos branqueados de bijupirá e de castanha apresentou rendimentos em massa das frações líquidas (não complexada) de 68 e 67%, respectivamente. A fração não complexada com ureia pode ser considerada uma rica fonte de ácidos graxos insaturados, com um total de 75% e 67% de AGIs para o bijupirá e castanha, respectivamente. Isto também foi observado nas análises de infravermelho, nas quais foram identificadas nas frações não complexada com ureia um aumento de todas as bandas relativas as insaturações presentes. Na análise térmica, a temperatura de máxima taxa de decomposição ficou em uma faixa em torno de 403 a 414°C para os óleos brutos e branqueados. Para os concentrados de ácidos graxos insaturados a temperatura de decomposição foi reduzida para aproximadamente 250ºC. Palavras-chave: Ácidos graxos insaturados, complexação, óleo de pescado.

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Palavras-chave: Óleos de peixeBijupiráCastanhaÁcidos graxos insaturados