Produção e aplicação de biossurfactantes obtidos a partir de resíduos industriais

Autor: Paola Chaves Martins (Currículo Lattes)

Resumo

Os biossurfactantes são compostos tenso-ativos que podem ser produzidos por diferentes tipos de bactérias e fungos. Além disto, os surfactantes biológicos podem ser utilizados no controle da poluição ambiental, como no processo de biorremediação de águas e solos, remoção de tintas e contaminantes hidrofóbicos, adsorção de metais, entre outros. Os biossurfactantes podem ser produzidos através da utilização de resíduos industriais, o que é uma alternativa para a utilização destes rejeitos e também diminui os custos de produção do bioproduto. Este estudo teve como objetivo a produção de biossurfactantes a partir de diferentes resíduos industriais bem como a sua aplicação na remoção de tintas e adsorção de corantes. Os biossurfactantes foram obtidos através de cultivo submerso a 30 °C por 72 h. O meio para o crescimento do micro-organismo foi composto por meio mineral e fonte de carbono, sendo estas, resíduo de pescado, bagaço de cana, glicerol e resíduo de tanque de armazenamento de petróleo. Os resíduos foram adicionados nas quantidades de 3, 5 e 7 %, os micro-organismos utilizados para a produção foram Corynebacterium aquaticum e Corynebacterium spp, os quais foram adicionados na proporção de 2 %. Para a avaliação do processo foram realizadas análises de tensão superficial, atividade emulsificante e pH. Também foram verificados o caráter iônico dos biossurfactantes. A estabilidade dos biotensoativos que apresentaram melhores propriedades tensoativas e emulsificantes foram verificadas em diferentes pHs, temperaturas e concentrações salinas. A estabilidade do biossurfactante após o processo de esterilização e o armazenamento dos biossurfactantes também foi verificada. Os biossurfactantes foram aplicados quanto a remoção de tinta do tipo esmalte sintético por um período de 15 dias e adsorção de corante vermelho 40 através da formulação de um filme de ágar 1 %, glicerol e biossurfactante. Em relação aos resultados, os biossurfactantes produzidos por ambas bactérias a partir de lodo e glicerol não apresentaram resultados expressivos. A produção de biossurfactantes por Corynebacterium aquaticum a partir de 3 % de resíduo de pescado obtiveram tensão superficial de 27,6 mN/m e atividade emulsificante de 87,6 %. Os biossurfactantes produzidos pelo mesmo micro-organismo utilizando bagaço de cana apresentaram dados de tensão superficial de 33,9 mN/m e atividade emulsificante de 61,6 % para a concentração de 3 % do resíduo. Sendo estes utilizados nas demais etapas do estudo. Em relação a verificação da estabilidade, os biossurfactantes produzidos por resíduo de pescado mostraram-se mais estáveis, em relação a todos parâmetros avaliados do que os biossurfactantes produzidos a partir de bagaço de cana. Em relação a remoção de tinta, os biossurfactantes obtidos a partir de bagaço de cana mostraram maior capacidade de remoção de tintas da superfície. Por fim, o processo de adsorção de corante vermelho 40 não apresentou resultados satisfatórios, uma vez, que o filme padrão apresentou mesmo percentual de adsorção do que os filmes compostos por biossurfactantes. Os biossurfactantes que apresentaram as melhores características foram os produzidos por Corynebacterium aquaticum

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Palavras-chave: Atividade emulsificanteRemoção de tintasBiossurfactantes