Microencapsulação de extratos carotenogênicos produzidos por Sporidiobolus pararoseus e Rhodotorula mucilaginosa

Autor: Lilianne Tassinari Braga (Currículo Lattes)

Resumo

Carotenoides são pigmentos naturais responsáveis pelas cores de amarelo ao vermelho em muitos alimentos como frutas, hortaliças, gema de ovo, entre outros. São compostos bioativos amplamente distribuídos na natureza e alguns apresentam atividade pró-vitamina A, atuando na redução de riscos de doenças cardiovasculares e degenerativas como câncer e catarata. Além disso, possuem comprovada ação antioxidante na prevenção de danos causados nas células vivas por radicais livres. Os carotenoides podem ser obtidos a partir de fontes naturais como vegetais, por via sintética, ou produzidos por micro-organismos. Porém, um dos desafios em sua obtenção está no fato de serem muito sensíveis as condições às quais são expostos como luz, temperatura e oxigênio. Dessa forma, a microencapsulação apresenta-se como alternativa interessante para a proteção destes compostos, atuando sobre sua estabilidade. A técnica consiste genericamente, no empacotamento de materiais sólidos, líquidos ou gasosos em cápsulas extremamente pequenas (0,2 a 5000 µm), que têm por objetivo proteger o material encapsulado de condições adversas de acondicionamento. No entanto, apesar do desenvolvimento desta e de outras formas de proteção, ainda existe um vasto campo a ser abordado quanto à estabilidade do biocomposto. Assim, este trabalho tem por objetivo estudar técnicas que permitam microencapsular extratos carotenogênicos produzidos pelas leveduras silvestres Sporidiobolus pararoseus e Rhodotorula mucilaginosa, bem como avaliar a estabilidade dos extratos livres e as principais características das microcápsulas. Os cultivos de cada levedura foram realizados em frascos agitados com 225 mL de meio composto por extrato de malte e levedura, a 25°C, 180 rpm e o tempo de duração ampliado de 168 h para 192 h para S. pararoseus e 216 h para R. mucilaginosa. Os extratos carotenogênicos foram recuperados através da técnica de ruptura da parede celular assistida em banho ultrassônico, onde um estudo permitiu a redução o número de ciclos de 4 para 3. A estabilidade nos extratos livres foi avaliada ao se controlar condições de temperatura e luminosidade durante 28 dias de armazenamento, constatando-se que a 25ºC e em ausência de luz ocorreram menores perdas no conteúdo carotenogênicos dos extratos. Na busca por alternativas para aumentar a estabilidade destes extratos, foram avaliadas as técnicas de microencapsulação por liofilização e atomização, utilizando como material de revestimento goma xantana, goma arábica, alginato de sódio e proteína de soja. O tamanho das partículas formadas foi determinado através da análise das imagens geradas por um microscópio de varredura eletrônica. Ambas as técnicas resultaram em estruturas com dimensões na ordem de µm, porém apenas os materiais atomizados demonstraram formas esperadas para microcápsulas, deixando evidente a necessidade de se utilizar um agente crioprotetor nas emulsões a serem liofilizadas.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: CarotenóidesEstabilidadeLevedurasEncapsulação