Fixação de CO2 pela integração de métodos biológico e químico : cultivo de Spirulina sp. LEB 18 com absorventes de CO2

Autor: Bruna Barcelos Cardias (Currículo Lattes)

Resumo

O aumento da demanda energética mundial, devido ao avanço tecnológico e a crescente atividade industrial, muito dependentes dos combustíveis fósseis, elevou a emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) para o meio ambiente. As mudanças climáticas, como aumento da temperatura média global, causadas pelo acúmulo desses gases na atmosfera, levou à busca por técnicas de captura e armazenamento do CO2. Uma estratégia de mitigação do CO2 é a biofixação por microalgas que, além de atenuar a concentração atmosférica do gás, apresenta potencial na produção de metabólitos secundários de interesse. Um sistema que pode ser aliado à biofixação é a absorção química, tecnologia que pode ser implementada a curto prazo em centrais de energia para captura de CO2. A dietanolamina é uma amina secundária que tem sido empregada na captura de CO2. O carbonato de potássio tem sido utilizado no tratamento dos gases de combustão pelo baixo custo e baixa toxicidade. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar a biofixação de CO2 pela associação dos processos de mitigação químico e biológico. O crescimento da microalga Spirulina sp. LEB 18 foi avaliado com adição de dietanolamina e carbonato de potássio (0,41 a 4,92 mmol L-1), em fotobiorreatores erlenmeyer (0,5 L). A biofixação de CO2 e composição da biomassa foram avaliadas a partir de ensaios em fotobiorreatores tubulares verticais (1,8 L), com os absorventes separadamente e misturados. A microalga Spirulina sp. LEB 18 apresentou aumento de 34,5 % na biofixação de CO2 quando cultivada com 1,64 mmol L-1 de dietanolamina, além de aumento de 81 % na concentração de ficocianina, em relação ao cultivo sem absorvente. A eficiência de fixação do CO2 pela microalga chegou a 43 % m m-1 nos ensaios com 1,64 mmol L-1 de dietanolamina misturado com 0,41 mmol L-1 de carbonato de potássio. A adição de dietanolamina e carbonato de potássio no cultivo de Spirulina sp. LEB 18 pode ser realizada separadamente ou combinando diferentes concentrações dos absorventes. Dessa forma, pode-se elevar a taxa de biofixação de CO2, ou alterar a composição da biomassa, com aplicação desta em indústrias alimentícias ou de biocombustíveis.

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Palavras-chave: Engenharia de alimentosDióxido de carbonoMicroalgasCarbonato de potássioDietanolaminaBiofixação de CO2Spirulina sp. LEB 18