Micotoxinas em rações para peixes onívoros comercializadas no Rio Grande do Sul e Rondônia

Autor: Wesclen Vilar Nogueira (Currículo Lattes)

Resumo

A aquicultura é a atividade agropecuária que mais cresce no Brasil e no mundo, possuindo produção superior a setores já consolidados como a pecuária de corte e leite. Um dos pontos críticos na atividade é a ração, por representar grande parte dos custos operacionais. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de aflatoxina B1, ocratoxina A e zearalenona em rações para peixes oriundas de regiões sul e norte do Brasil, relacionando o perfil de contaminação com sua composição química e bioacessibilidade. Para tanto, as rações foram caracterizadas quanto à sua composição química, as micotoxinas foram quantificadas, foi determinado o risco de exposição e bioacessibilidade de aflatoxina B1. O método empregado para a caracterização química das rações seguiu os protocolos estabelecidos pela Association of Official Analytical Chemists para umidade, proteína, lipídeos, fibras e cinzas. Os carboidratos foram estimados por diferença. Para a extração das micotoxinas foi aplicado o método de QuEChERS, já para separação e quantificação foi utilizada cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) com detector fluorescência (FL). Todas as determinações foram realizadas em triplicata. A contaminação por micotoxinas foi verificada em 93,3% das amostras avaliadas, com nível máximo de 16,5 µg/kg para AFB1, 31,6 µg/kg para OTA e 322,2 µg/kg para ZEN. Em 60% das rações as três micotoxinas foram detectadas, 13,3% apresentaram co-ocorrência de duas. Em relação à composição, foi verificado que quanto maior o conteúdo de proteína, menor a concentração detectada de AFB1. Esta relação inversa também foi observada entre o conteúdo de carboidrato e a concentração de OTA e ZEN. Peixes alimentados com ração contendo os níveis mais elevados de contaminação detectados neste estudo estão expostos a riscos, seguindo uma ordem decrescente na concentração (µg/kg/dia) para alevino, juvenil e adulto. De acordo com os testes de bioacessibilidade in vitro para AFB1 pode ser verificado que 85% desse metabólito presente na ração destinada a alimentação animal estava disponível para absorção pelos peixes.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: AquiculturaPisciculturaRaçãoBioacessibilidade