APLICAÇÃO DE FARINHA DE FEIJÕES E EXTRATO DE SEMENTE DE AÇAÍ NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS BIODEGRADÁVEIS
Autor: Daiane Nogueira (Currículo Lattes)
Resumo
O presente estudo teve como objetivo geral utilizar grãos quebrados de feijões no desenvolvimento de filmes biodegradáveis e, adicionar extrato de semente de açaí (ESA) para melhorar suas propriedades e obter embalagens ativas que possam ser aplicadas a alimentos. Inicialmente, farinha de feijão vermelho (FFV) e preto (FFP) foram obtidas a partir de um processo de moagem e caracterizadas quanto à sua composição proximal. Posteriormente, através da técnica de casting, filmes foram elaborados e caracterizados a partir dessas farinhas. Os filmes de FFV demonstraram propriedades mecânicas, de barreira e solubilidade superiores aos elaborados a partir de FFP e, por isso, foram escolhidos para acondicionar biscoitos. Ao avaliar a qualidade do biscoito armazenado por 20 dias na embalagem de FFV, verificou-se que a mesma não foi eficiente como barreira contra a umidade, pois os biscoitos apresentaram maior umidade e menor dureza. Neste caso para poder ser utilizada como embalagem para biscoitos, teria que ter sua propriedade de barreira melhorada ou ser utilizada juntamente com uma embalagem secundária. O filme FFV se mostrou mais adequado à formação de embalagens quando comparado aos filmes de FFP e, por isso, foi escolhido para dar seguimento ao estudo, onde foram elaborados filmes de FFV com ESA. O ESA foi avaliado quanto à sua capacidade antioxidante e demonstrou possuir um elevado poder antioxidante contra os radicais DPPH e ABTS. Filmes de FFV foram adicionados de ESA (0, 5 e 10 %) e caracterizados quanto às suas propriedades antioxidantes, mecânicas, de barreira, óticas e microestruturais. A adição do ESA aos filmes melhorou suas propriedades mecânicas, reduziu a solubilidade, aumentou a cristalinidade relativa e reduziu a transparência. Além disso, os filmes apresentaram atividade antioxidante maior quanto maior foi a concentração de extrato adicionada aos mesmos. Essa influência positiva do extrato nas propriedades dos filmes possibilitou o acondicionamento de azeite de oliva virgem nas embalagens produzidas a partir do filme de FFV com 10 % de ESA e sem ESA. As embalagens biodegradáveis apresentaram um efeito protetivo do azeite, uma vez que, ao final do tempo de armazenamento (16 dias a 60 °C), o azeite acondicionado na embalagem controle apresentou características que indicavam um processo de oxidação mais avançado. Todas os filmes produzidos foram totalmente degradados em solo e em água do mar em 14 e 20 dias, respectivamente.