Bioetanol a partir de Spirulina sp. LEB 18 cultivadas com cinzas de usina termelétrica

Autor: Liliane Martins Teixeira (Currículo Lattes)

Resumo

Os biocombustíveis são potenciais substitutos aos combustíveis fósseis. Com isso novas matérias-primas tem sido estudadas. As microalgas são fonte promissoras de produção de biomassa. Entre as vantagens, em relação a outras matérias-primas, as microalgas não necessitam de terras agricultáveis para o seu cultivo, o que não afeta a produção de alimentos. Além disso, elas podem utilizar o CO2 para o seu crescimento como fonte de carbono e as cinzas da indústria termelétrica podem ser aproveitadas como nutrientes devido à sua rica composição em minerais. Com base nisso, esse trabalho teve como objetivo produzir etanol a partir de biomassa microalgal cultivada com CO2 comercial e cinzas da Termelétrica Presidente Médici (Candiota, Brasil). Para isso, a microalga Spirulina sp. LEB 18 foi cultivada em meio Zarrouk com 10% de nitrogênio, 120 ppm de cinzas e injeção de 10% v v-1 de CO2 a cada 20 min, durante 1 min. Os cultivos foram realizados em fotobiorreatores do tipo raceway com volume útil de 4 L, durante 15 d com fotoperíodo 12 h claro/escuro outdoor. Ao final dos cultivos, a biomassa foi recuperada por centrifugação, liofilizada e hidrolisada com 1% de ácido sulfúrico. O processo fermentativo foi realizado pelo micro-organosmo Saccharomyces cerevisiae ATCC 26603, sendo conduzido em erlenmeyers com volume de meio YM de 300 mL, utilizando 25% (m v-1) de carboidratos hidrolisados como substrato. A fermentação alcoólica ocorreu em estufa,sendo mantido a 30 °C, com pH na faixa 4-5, sem agitação e tempo de fermentação de 24 h. As maiores concentrações de carboidratos obtidas foram de 67,7 e 63,3% (m m-1) nas condições de sem e com cinzas, respectivamente. A melhor produtividade obtida foi 1,46 g L-1h-1 na condição com cinzas nas primeiras 4 h de fermentação.

Palavras-chave: BiocombustíveisBiofixação de CO2Fermentação alcoólicaCinzasSpirulina sp. LEB 18Microalgas